Vacas recebem afago e produzem leite em maior quantidade e com mais qualidade.
Vacas recebem afago e produzem leite em maior quantidade e com mais qualidade.

Rondônia tem uma média de produção acima de 2,2 milhões de litros de leite por dia, sendo considerado o maior produtor de leite da região Norte e a 9ª maior bacia leiteira do País. A pecuária leiteira conta com o incentivo do Governo de Rondônia, por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), onde extensionistas da autarquia prestam assistência a produtores rurais do estado com técnicas e novas metodologias para aumentar a produção.

Com esse trabalho, extensionistas da Emater-RO constataram em um sítio, a 15 quilômetros da sede do município de Vale do Anari, que o aumento na produção de leite se deve principalmente ao tratamento carinhoso dispensado pelos proprietários, Ademar Aparecido da Silva e sua esposa, Táfine, às vacas e bezerros.

Vacas e bezerros são tratados com carinho e cada um tem nome.
Vacas e bezerros são tratados com carinho e cada um tem nome.

No período de quatro meses de 2020, a média na produção de leite no sítio subiu de 100 litros para 500 litros diários, após a adesão dos donos à nova metodologia de gestão para pequenas e médias propriedades rurais recomendadas pelos extensionistas. Segundo o técnico agrícola, André Ferreira Cortês, chama a atenção das pessoas que visitam a propriedade, a sensação de harmonia entre os humanos e os bovinos. “É impressionante, as vacas e os bezerros reconhecem a voz da Táfine”, disse.

Táfine Silva admite sentir verdadeira paixão em cuidar das vacas, da ordenha e dos bezerros. “Cada vaca tem nome. Elas mugem quando as chamo”. Os bezerros dormem no curral próximo à janela do quarto do casal. Ao primeiro gesto de Táfine ao abrir a janela pela manhã, se aproximam para ouvir sua voz.

Ademar Silva largou a vida de empregado na cidade há 20 anos e mudou para a zona rural. Diz que atualmente “mexe” com gado de leite e bezerros. “Mas minha vida somente começou a melhorar depois que descobri que produzir leite dá dinheiro”.

GERENCIAMENTO
A nova metodologia em gestão de propriedade rural recomendada pelos extensionistas da Emater-RO a pequenos e médios produtores do município na região é responsável pelo aumento da produção de leite, melhoramento genético do gado e liberação de financiamentos do Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) Mais Alimento. A unidade atende aos produtores desde 2006, quando o escritório foi inaugurado para prestar assistência técnica e extensão rural.

André Cortês ressalta que a procura tem aumentado muito. A equipe, conta com apoio de cinco extensionistas rurais, dentre os quais um médico veterinário que, além de prestar assistência rural às famílias cadastradas, elaborou também um projeto independente para incentivar a inseminação artificial e já cadastrou mais 30 famílias interessadas na melhoria genética das matrizes leiteiras e reprodutores. Com o avanço das técnicas de inseminação, garante André Cortês, o ciclo de reprodução na gestão da propriedade se torna mais rápido e o fim do “desmonte” ajuda na melhoria da economia financeira.

Casal foi orientado pelo extensionista da Emater-RO para substituir corte de cana pelo pasto de capim na propriedade.
Casal foi orientado pelo extensionista da Emater-RO para substituir corte de cana pelo pasto de capim na propriedade.

O escritório local da Emater-RO atende 60 pessoas por mês com orientações técnicas e ajuda na elaboração de projetos de financiamentos para liberação de financiamentos. Há poucos dias, mais três famílias se cadastraram, aumentando para 240 o total de pequenos e médios produtores que recebem orientação e acompanhamento permanente.

IRRIGAÇÃO
Depois de um início difícil, segundo Ademar Silva, ele decidiu buscar orientação da Emater-RO porque a produção de leite era pouca e as vacas não davam cria (“vazias”). Conheceu então os extensionistas Patrick e André e não pretende fazer mais nada na propriedade sem consulta técnica. Iniciou um projeto de irrigação do pasto de capiaçu e logo percebeu seu erro. “Depois desmanchei para seguir as orientações e com o apoio do Patrick e de vizinhos substituí os cortes de cana pelo capim”, disse Cortês.

A maioria das propriedades da região possui 21 alqueires – ou 50 hectares – e no inicio produziam apenas 100 litros de leite por dia. Ademar explicou que sua participação em uma palestra no Centro de Treinamento da Emater-RO (Centrer), na região de Ouro Preto do Oeste, foi decisiva para ele a aderir às novas técnicas de manejo animal e a prática de duas ordenhas das vacas por dia.

DUAS ORDENHAS
Com as duas ordenhas, ele chegou a produzir 500 litros (280 pela manhã e 220 à tarde) ano passado. Mas devido à falta de correção de solo e o custo de arrendamento de pastos a produção caiu para cerca de 230 litros diários. Ainda assim, seguindo as orientações, desmame regular e duas ordenhas é possível ter lucro com o leite. O apurado com uma ordenha dá para as despesas de manutenção do gado e da propriedade. A outra ordenha mais a venda dos bezerros fica livre para outros negócios.

Ademar Silva comprou as primeiras matrizes leiteiras com financiamento do Pronaf e, de acordo com o extensionista André, agora a Emater-RO presta assistência ao produtor em projetos de irrigação e pastagem para que a média da produção de leite alcançada em 2020 seja recuperada.

Texto: Abdoral Cardoso
Fotos: André Cortês e Irene Mendes
Secom – Governo de Rondônia
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