Com muito esforço e criatividade a extensão rural continuou presente na propriedade.

Parece que foi ontem que uma associação de crédito e assistência rural chegou ao Território Federal de Rondônia para abrir novos caminhos às poucas famílias que buscavam no novo eldorado a esperança de uma vida farta. O ano era 1971 e a data, 31 de agosto, marcou o início de uma nova geração de produtores rurais que marcaria o estado de Rondônia com a pujança de uma agricultura fortalecida e competitiva no mercado nacional.

Fundada no dia 31 de agosto de 1971, com a então denominação de Associação de Crédito e Assistência Rural do Território Federal de Rondônia (ACAR-RO), os serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) em Rondônia era parte integrante da Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR). Nesses mais de 40 anos de existência sua trajetória passou por mudanças políticas e estruturais em consequência de novos modelos de extensão e de gestão. Hoje, a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO) busca se estabelecer numa nova era que tem a inovação da agricultura 5.0 como o futuro da tecnologia no campo, onde informação e autonomia de decisão são as palavras-chave para o agricultor do século XXI.

Rondônia foi um dos últimos estados a criar uma ACAR.

Há 49 anos prestando serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) no estado de Rondônia, a Emater-RO atravessou diversas etapas e mudanças do setor rural. Em meados do século XIX, o governo federal já propunha em sua legislação, ações de extensão rural, embora fossem rudimentares ou implícitas. Segundo registros do Sistema de Informações do Congresso Nacional (Sicon), entre os anos 1859 e 1860, existiram quatro institutos imperiais de agricultura, (Bahia, Sergipe, Pernambuco e Rio de Janeiro), cujas atribuições eram de pesquisa e ensino agropecuário, mas também se propunha à difusão de informações.

Entretanto, a efetivação dos serviços de Ater no Brasil foi instituído nas décadas de 50 e de 60, com a criação das ACARs – entidades sem fins lucrativos que tinham por objetivo prestar serviços de extensão rural e elaborar projetos para obtenção de crédito financeiro, nos estados. Rondônia foi um dos últimos estados a criar uma ACAR, sendo instituída em 1971, antes mesmo de o território federal ser transformado em estado da federação, mas sua implantação já previa o crescimento econômico com base na colonização e nas políticas públicas voltadas para a agricultura da época.

ATER EM RONDÔNIA
Com a Emater-RO já instalada e dando suporte às ações implementadas pelos programas do governo federal, foram implantados: o PIC Sidney Girão, em Guajará-Mirim, e o PIC Ouro Preto, na região onde hoje é o município de Ouro Preto do Oeste, ambos muito importante para o desenvolvimento do estado. Nessa época a população do Território Federal de Rondônia contava com cerca de 150 mil habitantes nos dois municípios existentes: Porto Velho e Guajará-Mirim. Com um escritório em cada municípios, a Emater-RO contava com 22 empregados e sete veículos para prestar assistência às 240 famílias de agricultores em produtos extrativistas (borracha, castanha-do-brasil e ipecacuanha, produtos agrícolas (arroz, milho, feijão e mandioca), avicultura, bovinocultura, produtos florestais e bem-estar social.

Criada em 1971 para dar assistência às 240 famílias de agricultores em produtos extrativistas
Criada em 1971 para dar assistência às 240 famílias de agricultores em produtos extrativistas.

De 1990 a Emater-RO se torna órgão oficial dos serviços de assistência técnica e extensão rural do estado de Rondônia, com o propósito de incentivar os produtores rurais familiares a produzir o seu próprio alimento e orientá-los na obtenção de melhores resultados da lavoura e da pecuária. Responsável pela execução das políticas públicas do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, vem desempenhando papel fundamental em atividades multiplicadoras de renda e de bem-estar, de forma participativa e educativa com foco no desenvolvimento humano de agricultores familiares tradicionais, extrativistas, ribeirinhos, indígenas, pescadores artesanais entre outros.

Em 24 de abril de 2013, a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, por meio da Emenda Constitucional 084/2013, altera o §3º e acrescenta os §5º e §6º à Constituição Estadual, e transforma a Emater-RO, órgão oficial de Ater, em Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), empresa pública prestadora de serviços públicos. Em 2016, passa por nova alteração de personalidade jurídica, passando a ser denominada, através da Lei 3.937 de 30 de novembro de 2016, Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO).

Hoje, presente nos 52 municípios, a Emater-RO conta com 959 empregados distribuídos nas 85 unidades operacionais, sendo: um Centro gerencial, em Porto Velho, sete escritórios regionais distribuídos nos territórios Madeira Mamoré, Vale do Jamari, Central, Rio Machado, Zona da Mata, Vale do Guaporé e Cone Sul, 73 escritórios locais, uma subunidade e um centro de treinamento e duas usina de nitrogênio.

ncentivar os produtores rurais familiares a produzir o seu próprio alimento ...
Incentivar os produtores rurais familiares a produzir o seu próprio alimento …

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Ao longo desses 49 anos de prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural a Emater-RO contribuiu muito que Rondônia se transformasse em um estado de grande potencialidade. A retomada dos serviços sob a tutela do estado, trouxe investimentos em recursos humanos, instalação de novos escritórios, aquisição de veículos e equipamentos, além da implantação de tecnologias com a informatização das ações.

Em 2020, com a chegada pandemia do coronavírus (Covid 19), que pegou a todos de surpresa, a preocupação foi grande. Foram momentos difíceis, mas que pouco a pouco, estão sendo superados. Dentre tantos desafios, com perdas de entes queridos, de amigos, de companheiros de jornada, a agricultura familiar vem se mantendo firme e, dentre as economias do estado, foi a que mais se sustentou.

Fotos diversas Irene mendes (22)
… e orientá-los na obtenção de melhores resultados na lavoura.

Mas, se por um lado a pandemia também trouxe momentos de medo, de angústia, de dor, por outro lado trouxe inovações e tecnologia a favor da extensão rural. Com muito esforço e criatividade a extensão rural continuou presente na propriedade, na casa e na vida da família rural, levando orientação e assistência técnica para que a produção não parasse, e ela não parou.

Vencendo desafios e superando-se a cada dia, a Emater-RO caminha, hoje, para a digitalização de suas atividades com a criação de programas e aplicativos para atendimento tanto aos colaboradores como à sua clientela, a exemplo do Sistema de Gerenciamento de Ater (Sigater), que está sendo replicado por outras emateres do país, o aplicativo para celular “Minha Emater”, o Serviço de Atendimento Digital (SAD), o Capacitação em Serviço de Ater (Capes). Encontros, seminários, palestras são realizados através de webinars, por meio de plataformas de videoconferências, permitindo que pessoas, mesmo à distância, possam participar das atividades. E esses são apenas alguns dos projetos em desenvolvimento para prestação de assistência técnica à distância.

Assim, a Emater-RO chega aos 49 anos com novas perspectivas, trazendo em seu bojo, além das políticas públicas de grande importância para o agricultor familiar, uma nova visão de extensão rural. Mais forte do que nunca, a Emater-RO, está pronta para levar inovação e tecnologia à agricultura familiar do estado de Rondônia.

Texto: Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: Irene Mendes
Repórter fotográfica – MTE-368/RO
EMATER-RO
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