A possibilidade de cultivo em pequenas áreas, a alta produtividade, a facilidade de comercialização do produto e o preço de mercado estão atraindo cada vez mais a atenção de agricultores familiares de Rondônia para a produção de inhame. Com a produção concentrada nos municípios da BR-429, no Vale do Guaporé, e Machadinho do Oeste, na região do Vale do Jamari, a cultura vem ganhando mercado fora do estado e tem grandes perspectivas de exportação para outros países.

A produção de inhame na região do Vale do Guaporé vem crescendo a cada ano.
A produção de inhame na região do Vale do Guaporé vem crescendo a cada ano.

Apesar de não se ter certeza da verdadeira origem do inhame, seus primeiros cultivos foram conhecidos em países africanos, de onde foi rapidamente expandido para América Latina, Ásia e Oceania devido à sua fácil adaptação em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o maior destaque para a produção está no nordeste, mais especificamente, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Maranhão e Bahia.

Em Rondônia, a cultura foi implantada inicialmente no município de São Francisco do Guaporé, sendo difundida posteriormente, através de incentivo da Emater-RO, para Seringueiras, São Miguel do Guaporé, Alvorada do Oeste (quadro 1) e hoje já desperta a atenção de produtores das demais regiões do estado. Segundo extensionistas da Emater-RO que atuam na região do Vale do Guaporé, as variedades que mais se adaptaram naquela localidade foram: Inhame da Costa (Dioscorea cayennensis Lam.), cuja produtividade varia entre 18 a 20 toneladas por hectare, e São Tomé (Dioscorea alata L.), com produtividade entre 20 a 25 ton./ha (quadro 2).

RENDA GARANTIDA

A alta produtividade e facilidade de comercialização tem atraído produtores.
A alta produtividade e facilidade de comercialização tem atraído produtores.

Os resultados alcançados em Rondônia, em especial na região da BR-429, vem tornando o cultivo do inhame um negócio promissor, principalmente para pequenos agricultores cuja mão de obra se limita à família. O produtor rural José Branco diz que o inhame foi a cultura que mais lhe proporcionou a aquisição de bens patrimoniais. “Tenho uma terra comprada com a produção do inhame, tenho alguma criação de gado e tenho um trator que paguei as prestações com o dinheiro do inhame”.

 

Antônio Bezerra conta que há oito anos, quando começou a plantar inhame em sua propriedade, tinha apenas três alqueires de terra. “Hoje, tenho 9,5 alqueires e cada ano que vou produzindo inhame eu tenho condições de comprar mais um alqueire, dois alqueires”, afirmando que o inhame tem sido a redenção para ele e sua família.

Para o produtor rural Edmilson Araújo, o inhame é o sustento de sua família. Com uma área de 1,9 hectare, ele conseguiu, somente para a primeira venda, colher 22 toneladas de inhame. “Tirei uma renda de 52 mil reais só nessa área”, e ele ainda aconselha: “quem cultiva da forma correta, tem a produção garantida”.

Através das ações da Emater-RO, o governo de Rondônia vem incentivando a disseminação do cultivo do inhame no estado. Já foram realizadas diversas ações como: festa do Inhame, dia de campo, dia especial e reuniões, no intuito de levar orientações a outros produtores visando à diversificação de cultivo e o fortalecimento da agricultura rondoniense frente ao mercado globalizado.

O inhame é uma cultura que já está se consolidando no estado de Rondônia. “É uma cultura nova, exótica, pois não é nativa da nossa região, mas o inhame tem atraído a atenção dos produtores familiares pela maior lucratividade em pequenas áreas”, explica Luciano Brandão, gerente do escritório regional da Emater-RO em São Francisco do Guaporé.

INHAME PARA EXPORTAÇÃO

Inhame: um negócio promissor,
Inhame: um negócio promissor,

A produção de inhame na região do Vale do Guaporé vem crescendo a cada ano. Hoje, já são 43 produtores organizados produzindo inhame em escala comercial na linha da BR-429. “Com a assistência técnica oferecida pelos extensionistas da Emater-RO, os produtores têm melhorado as técnicas de produção e isso tem contribuído para agregar valor e obter melhores preços com a venda dos produtos”, explica Luciano.

Considerado um dos alimentos medicinais mais eficientes, pois além de livrar o sangue de impurezas, seu consumo fortalece o sistema imunológico, pois é riquíssimo em zinco, que aumentam as defesas do organismo. Outra vantagem está no cultivo que dispensa o uso de qualquer tipo de agrotóxico, tornando o totalmente orgânico, saudável e ecologicamente correto.

Essas vantagens, somadas a muitos outros benefícios, fazem do inhame um produto muito procurado para consumo de quem quer levar uma vida mais saudável. Não somente em Rondônia, mas também fora do país. Hoje, a produção de inhame do Vale do Guaporé vem sendo absorvida por municípios como Ji-Paraná e Cacoal, mas sua comercialização tem atravessado as divisas do estado, chegando à Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

A expectativa para exportação também vem crescendo com o interesse de países como Paquistão, Holanda e Estados Unidos que já buscam o produto rondoniense para o consumo de sua população. Com a perspectiva de mercado aberto e a crescente demanda para consumo do inhame, os agricultores estão investindo cada vez mais na cultura.

Texto: Wania Ressutti
Jornalista – SRTE/DRT/RO-959
Fotos: EMATER-RO

Agricultores familiares investem no cultivo de inhame-quadro_001

 

 

 

 

 

 

Agricultores familiares investem no cultivo de inhame-quadro_002

 

http://www.emater.ro.gov.br/ematerro/wp-content/uploads/2016/12/INHAME-SAO-FCO-2.jpghttp://www.emater.ro.gov.br/ematerro/wp-content/uploads/2016/12/INHAME-SAO-FCO-2-150x150.jpgWania RessuttiDestaquesNotíciasUltimas notíciasagricultura familiar,exportação,geração de renda,InhameA possibilidade de cultivo em pequenas áreas, a alta produtividade, a facilidade de comercialização do produto e o preço de mercado estão atraindo cada vez mais a atenção de agricultores familiares de Rondônia para a produção de inhame. Com a produção concentrada nos municípios da BR-429, no Vale do...