A alegria que se vê no rosto de dona Nara pode resumir o seu sentimento com o sucesso da mais nova agroindústria de Porto Velho. “A primeira regularizada no estado”, orgulha-se Jhonnescley Annes de Moraes, gerente da Emater/Porto Verde, escritório responsável pelo atendimento à família. Apesar de pouco tempo de atividade, a agroindústria “Pescado Progresso” já produz 200 quilos/dia de filé de peixe e é a garantia de sustento da família.

A atividade trouxe ânimo para a família.
A atividade trouxe ânimo para a família.

Residente em Rondônia desde os 13 anos de idade, Nara Regina de Souza Cruz, saiu com a família da cidade de Itacoatiara, no Amazonas, em busca de novas oportunidades. Já em Porto Velho, casou-se e comprou um pequeno sítio para começar a sua nova vida. “Ela começou as atividades no sítio com plantio de horta, macaxeira, frutas e criação de galinha”, conta a extensionista da Emater-RO, Tessa Mafessoni Leite Calistro, responsável pelos primeiros projetos elaborados na propriedade.

Assim que chegou ao estado dona Nara foi inserida no mutirão Arco Verde Terra Legal – ação que deu início a uma série de políticas públicas de estímulo a um modelo de produção sustentável, coordenada pelos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e de Meio Ambiente (MMA). Inserida nesse processo ela começou a receber assistência técnica da Emater-RO. “O sitio já tinha a perfuração de tanques, então iniciamos um projeto para legalizar um hectare de lâmina d’água e iniciar a atividade de piscicultura”, diz Tessa.

A princípio ela começou a criação de peixes apenas para sustento da família. Em 2013, orientada pela Emater-RO, começou a entregar a produção excedente para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, já no ano seguinte, foi inserida no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), aumentando sua renda com a comercialização de peixe “in natura”.

A atividade trouxe ânimo para a família, mas as exigências dos programas não permitiam a entrega de peixe “in natura”. Foi aí que ela decidiu filetar o pescado e a comercializar o peixe beneficiado. A idéia deu muito certo e despertou nela o interesse na instalação de um agroindústria, a fim de ampliar sua produção. Reuniu a família – marido, três filhos, nora e um cunhado – e mais uma vez buscou na Emater-RO a orientação que precisava.

AGROINDÚSTRIA
O processo para instalação da agroindústria foi feito em parceria entre o governo estadual, através das políticas públicas da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) executadas pela Emater-RO, e Prefeitura de Porto Velho. A extensionista da Emater-RO, Tessa, ficou com a responsabilidade técnica do empreendimento e, com apoio dos colegas do escritório de Porto Verde, deram toda a assistência necessária para a regularização da agroindústria, inclusive com o manual de boas práticas de fabricação.

Capacidade para produzir 1000 quilos de peixe filetado por dia.
Capacidade para produzir 1000 quilos de peixe filetado por dia.

A “Pescado Progresso” está localizada na Linha Progresso, km 2,5, em Porto Verde, próximo ao bairro Ulisses Guimarães, em Porto Velho. Possui capacidade para produzir 1000 quilos de peixe filetado por dia, mas por estar apenas iniciando as atividades, sua produção hoje é de cerca de 200 quilos/dia com beneficiamento de pirarucu, tambaqui e filhote, entre outros.

A produtora vende o peixe filetado hoje, apenas para as escolas através dos programas PAA e PNAE, e o preço varia entre R$ 23,00 e R$ e 26,00 o quilo do filé, de acordo com a planilha do governo federal. Além do file de peixe, a produtora retira também o couro que é vendido para o estado de São Paulo.

Ainda não foi feito um levantamento do lucro obtido com a agroindústria, pois a atividade é recente, mas a expectativa é boa e Nara Regina está muito feliz com sua conquista. Segundo ela, foi muito importante todo esse processo que legalizou sua atividade e regularizou a agroindústria. “Agora vamos poder vender também para o comércio e assim aumentar o nosso lucro.”

MUTIRÃO ARCO VERDE TERRA LEGAL
O mutirão Arco Verde Terra Legal foi o projeto que deu início a uma série de políticas e ações públicas coordenadas de estímulo a um modelo de produção sustentável, coordenada pelos MDA e MMA. Através desse projeto, o governo federal teve por objetivo prevenir e combater o desmatamento e a grilagem de terras, uma das marcas da colonização de Rondônia.

Na época (meados de 2009/2010), a operação foi realizada em 43 municípios que registravam os maiores índices de desmatamento na região. Em Rondônia, os municípios beneficiados foram: Porto velho, Machadinho do Oeste, Nova Mamoré e Pimenta Bueno.

Caravanas articuladas pelo governo federal se deslocaram aos municípios promovendo capacitação, emissão de documentos, entrega de bibliotecas e patrulhas agrícolas, além de acesso a serviços previdenciários, dando início às ações que seriam posteriormente desenvolvidas.

Wania Ressutti
Jornalista – SRTE/DRT/RO-959
Cel. (69) 99204-0759
Fotos: ESLOC Porto Verde
EMATER-RO
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