Produzindo chocolates de forma artesanal, as chocolateiras
buscam agora a produção em grande escala

“As chocolateiras de Teixeirópolis”, como ficou conhecido o grupo formado por 23 mulheres e dois homens, está atraindo os visitantes da 2ª Feira de Negócios e Tecnologias Rurais Sustentáveis – Portoagro para degustarem o seu chocolate artesanal. Com incentivo do governo do estado e assistidos pela Emater-RO, elas estão conquistando espaço por onde passam, mas buscam mais, querem construir um prédio para abrigar a agroindústria. O terreno elas já tem, falta agora finalizar o projeto que vai erguer um novo ponto turístico e degustativo das doçuras do cacau.

Mulheres de Teixeiropolis conquistam mercado de chocolates-FOTO-IRENE-MENDES
O grupo é reconhecido pela qualidade de seus produtos.

Habituadas à vida no campo, as chocolateiras foram à luta na busca de uma oportunidade inovadora e competitiva que as colocasse frente a frente com o mundo dos negócios. Trabalhando juntas desde 2014, decidiram que era hora de formalizar o trabalho e abrir novos caminhos. Assim, em 6 de fevereiro de 2015 foi criada a Associação das Agricultoras e Agricultores da Agricultura Familiar de Teixeirópolis (AAAAFAT).

O segmento da agricultura familiar era o caminho ideal e assim, elas se dedicaram à fabricação de chocolate artesanal. Matéria prima não falta, já que a região produz 127 toneladas/ano de cacau e tem potencial para muito mais, e colocando a mão na massa (literalmente), elas começaram a produzir chocolate a partir do pilão até a venda direta ao consumidor. “Hoje, produzimos e vendemos: chocolate em pó, chocolate em barrinhas, farinha de chocolate com amêndoas, trufas, castanhas caramelizadas e nibs – pequenos fragmentos da amêndoa do cacau, riquíssimas em flavonóides e altamente antioxidantes”, conta Ilma José Aves Lopes, presidente da AAAAFAT.

Produção de chocolate: do pilão ao consumidor.
Produção de chocolate: do pilão ao consumidor.

VITRINE DO CHOCOLATE
Para chegar aonde chegaram, as chocolateiras contaram com apoio, incentivos e orientação técnica. O projeto foi iniciado em 08 de agosto de 2014, com reuniões, encontros, excursões, seminários, visitas, cursos de capacitação promovidos pela Emater-RO e pela Ceplac e até mudas de cacau clonal, visando à melhoria da produção cacaueira.

Com a consolidação do grupo, a Prefeitura de Teixeirópolis doou o terreno para construção da futura fábrica de chocolate e com o incentivo do governo estadual, através do Programa de Verticalização da Pequena Produção Agrícola (Prove) a Associação terá facilidade para legalizar o empreendimento. Também já está aprovada uma emenda parlamentar do senador Valdir Raupp para dar apoio à instalação da agroindústria.

Em visita ao presidente da Emater-RO, Francisco Mende de Sá Barreto Coutinho, a presidente da AAAAFAT, Ilma, conta das expectativas do grupo com a implantação da agroindústria. “A ideia é que a construção seja feita de uma forma que as pessoas, ao entrarem na fábrica, possam ver a gente trabalhando, com a mão na massa mesmo, como uma vitrine do chocolate”, explica Ilma. Animado com o sucesso das mulheres, Coutinho explica que a Emater-RO vem realizando um trabalho de revitalização da lavoura cacaueira junto com a Ceplac e que há grande perspectiva de aumento da produção de cacau naquela região.

Perspectiva de aumento da produção de cacau em Teixeirópolis.
Perspectiva de aumento da produção de cacau em Teixeirópolis.

Outra expectativa está na diversificação do produto da agroindústria. As chocolateiras Vaguilene Mendes de Oliveira e Cherondione Ferreira explicam que a proposta é dar um passo maior, sair do artesanato e produzir chocolates em barra em grande escala. “A gente vai continuar a fazer o chocolate artesanal, porque tem muita gente que gosta, mas não dá para fazer muito. A indústria vai nos ajudar a aumentar a produção.”, diz Vaguilene.

A extensionista da Emater-RO, Fátima Janones, que acompanha o grupo desde o início complementa que está trabalhando também, para que a Associação possa ser inserida nos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Elas tem condições de fabricar chocolate em pó, puro e natural, que poderá atender às necessidades da merenda escolar”.

Com isso o grupo vai ganhando espaço no mercado, sendo reconhecido pela qualidade de seus produtos, além de contribuir na agregação de valor ao cacau da região que passa a ter destino certo no próprio município. As chocolateiras de Teixeirópolis já são conhecidas nas exposições agropecuárias de diversas cidades rondonienses, onde vendem seus produtos diretamente ao consumidor e nesta semana podem ser encontradas em Porto Velho, participando da 2ª Feira de Negócios e Tecnologias Rurais Sustentáveis – Portoagro.

Wania Ressutti
Jornalista – SRTE/DRT/RO-959
Fotos: Irene Mendes / Enoque Gonçalves / AAAFAT-EMATER
EMATER-RO
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