As primeiras referências da atividade de piscicultura no Estado aconteceram por iniciativa de técnicos da EMATER-RO na década de 80, que participaram de um treinamento em reprodução artificial de tambaqui (Colosssoma macropomum) no nordeste do país, levando com eles produtores interessados em implantar a atividade em suas propriedades. Cerca de trinta anos depois dessa missão técnica Rondônia se tornou um dos principais criadores dessa espécie, destacando-se como o maior produtor de peixes redondos da região norte, e encontra-se na vanguarda da produção da espécie pirarucu (Arapaima gigas (Schinz, 1822)).

            Uma das peculiaridades do crescimento da piscicultura no Estado é a participação decisiva da agricultura familiar neste quadro. Essa evolução se deve ao conjunto de inúmeros fatores, desde aspectos físicos como disponibilidade de recursos hídricos, temperatura, etc., a opção por espécies nativas, como o tambaqui, que possui bom desempenho zootécnico e tecnologia de produção conhecida; mercado em expansão, pronto pra ser ocupado não só pela diminuição da oferta de pescado oriundo da pesca artesanal mas pelo aumento do consumo per capta, tendência mundial até o incentivo do governo por meio de políticas públicas, somados ao interesse dos agricultores familiares pela atividade como alternativa de uso do solo e renda, potencializada pela assistência técnica que promove o desenvolvimento da atividade. Abaixo podemos verificar o crescimento da piscicultura em termos de área alagada e estimativa de produção de 2012 a 2015 refletidos no público beneficiário das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural gratuita oferecida pela EMATER-RO.

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            Em Rondônia a piscicultura é caracterizada pela produção de peixes em regime semi-intensivo de criação. Esse aumento expressivo na produção, reflexo direto tanto do aumento da área alagada como da produtividade, como previsto em qualquer produção que apresenta crescimento acelerado, vem acompanhado de questões sanitárias. Questões que encontram na adoção de Boas Práticas de Manejo – BPM, o caminho para a produção de peixes com condições de sanidade animal que atendam às expectativas do mercado consumidor, cada vez mais exigente. Ciente do papel da assistência técnica no que se refere à orientação da prevenção e aplicação das medidas profiláticas que envolvem o manejo na produção peixes, a EMATER-RO vem capacitando seus técnicos, paulatinamente e de forma continuada, em ictiopatologia de espécies cultivadas em Rondônia, de forma a garantir um quadro técnico preparado para lidar com as ocorrências de parasitos e possíveis doenças identificadas no processo produtivo, de forma a oferecer uma assistência técnica de qualidade ao setor aquícola do Estado.