O Pirarucu é um peixe nativo da Amazônia, mas não fazia parte do bioma do Vale do Guaporé

Técnicos do governo de Rondônia e ribeirinhos quilombolas de Pedras Negras no município de São Francisco do Guaporé se juntaram num esforço interinstitucional para erradicar a presença indesejável do Pirarucu (Arapaima Gigas) nos rios da bacia do Guaporé. O trabalho é realizado por extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO), agentes ambientais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam), pesquisadores da Fundação de Amparo a Pesquisa ( Fapero ) e da Universidade Federal de Rondônia (Unir) juntamente com pescadores de comunidades ribeirinhas da região.

O pirarucu é uma espécie nativa da Amazônia, mas considerada invasora no Vale do Guaporé, tanto pela observação dos pescadores da região, quanto por trabalhos científicos realizados pelos pesquisadores da Unir. Esta constatação “o coloca como um gigante alóctone (fora de seu habitat), um invasor exótico, que devora outras espécies nativas de interesse econômico e alimentar para as populações tradicionais” diz Elizafam Batista de Sales, um pioneiro da aquicultura em Rondônia, o que justifica o manejo de controle da espécie.

Fora das áreas onde tem ocorrência endêmica o pirarucu é um predador voraz de espécies nativas, e que não possui predador contra ele próprio, nem mesmo os ribeirinhos o capturam para alimentação, pois não faz parte do hábito alimentar do povo da região. Para o governo de Rondônia é fundamental o investimento no manejo e controle da espécie para garantir o equilíbrio do ecossistema.

Técnicos do governo do estado orientam a captura do pirarucu como medida de proteção ambiental,

O papel fundamental do serviço de extensão rural, nesta tarefa especificamente, é educativo, mas também, o de emitir o Registro Geral de Pescador Profissional, “documento necessário ao cadastramento dos pescadores junto à Secretaria de Fazenda e órgãos de controle, para facilitar a legalização, venda e transporte de pirarucu capturado na região”, informou a extensionista Jaqueline Ribeiro Rosa, gerente regional da Emater-RO no Vale do Guaporé.

A prática de manejo do pirarucu segue protocolos técnicos rígidos que incluiu o senso populacional da espécie na área autorizada para pesca da espécie invasora, e a coleta de amostras de partes das vísceras de animais capturados para estudo dos pesquisadores da Unir. A captura propriamente dita começou em 24 de outubro e está autorizada até 17 de novembro, mas o trabalho começou desde julho de 2023 com a capacitação da equipe técnica e das pessoas da comunidade envolvidas na atividade, houveram capacitações para captura, processamento de pescado, inclusive produção de embutidos com carne de pirarucu e outras relativas às questões legais.

Texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Alex Oliveira
Emater-RO/Ascom

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