A assistência técnica pública e gratuita foi fundamental no desenvolvimento da piscicultura em Rondônia.
A assistência técnica pública e gratuita foi fundamental no desenvolvimento da piscicultura em Rondônia.

A região do Vale do Rio Machado é o berço da piscicultura Rondoniense, apesar de haver registros da atividade em Porto Velho, ainda na década de 70, na propriedade dos senhor Bento da Mota Braga. Mas a piscicultura só se desenvolveu nos anos 80, com a entrada na atividade do produtor Megumi Yokohama, de Pimenta Bueno e da instalação de uma estação de alevinagem pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e extensão Rural de Rondônia (Emater-RO),no município de Ji-Paraná. De lá para cá o desenvolvimento foi acelerado, até o estado alcançar o título de maior produtor de peixes nativos do país.

“Os produtores de peixes de Rondônia ainda precisam enfrentar alguns desafios da tecnologia, da economia e de elementos do clima, como ficar atentos às mudanças de temperatura e qualidade da água, especialmente nestes meses de estiagem”, afirma Erick Nogueira, técnico da Emater-RO no município de Espigão do Oeste.

Ele orienta os produtores a suspender o fornecimento de ração toda vez que a temperatura da água baixar de 25 graus centígrados, “pois os peixes param de se alimentar nessas condições e pode até haver até mortandade, porque na água fria é menor a taxa de oxigênio dissolvido”, explica.

A ração para peixes é composta basicamente de milho e farelo de soja.

O cuidado é fundamental para o equilíbrio entre custo e receita, que já vem complicado por causa da alta nos preços da ração, principal elemento do custo de produção de peixes.A alta no preço das carnes tem favorecido também o preço do peixe, no entanto isto pode não se converter em ganhos para o produtor, devido aumento no custo da ração.

A ração para peixes é composta basicamente de milho e farelo de soja, produtos que estão super valorizados por causa dos preços dolarizados das commodities. O outro componente da ração é o mix de minerais e vitaminas, que é importado, assim quase tudo no custo de produção fica dolarizado, só a venda permanece em reais.

Os produtores que mantêm um controle administrativo rigorosa com suas planilhas de custo atualizadas não precisam se preocupar, porque a atividade continua promissora. O investimento em tecnologia e genética por parte do governo e produtores de alevinos colocou a piscicultura de Rondônia num patamar de destaque nacional nessa atividade.

Poderia-se dizer que Rondônia está para o peixe assim como Santa Catarina está para a criação de suínos. Mesmo havendo altos e baixos, a cadeia produtiva do pescado no estado permanecerá em desenvolvimento.
Erick destaca que no Território Rio Machado, 1864 produtores informaram a Agência de Defesa Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) que possuem criação de peixes, embora muitos destes criadores tenham a criação somente como subsistência, comercializando apenas o excedente.

Quando se verifica que a média de área inundada para piscicultura por propriedade é de 1,5 hectares, percebe-se o tamanho da potencialidade do cultivo e a consistência de projetos como o dos produtores de Espigão do Oeste, numa parceria com o governo de Rondônia e a prefeitura da cidade para construção de um entreposto de comercialização de pescado.

“O projeto do entreposto prevê, além da instalação de câmaras frias para o armazenamento do peixe, a construção de uma fábrica de gelo que poderá dar suporte a toda a região do Vale do Machado que hoje em dia precisa buscar gelo em Ariquemes para transportar e conservar o peixe”, diz Erick Nogueira.

Texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Esloc Espigão do Oeste
EMATER-RO
http://www.emater.ro.gov.br/ematerro/wp-content/uploads/2021/07/20210722-20210721-pesagem-de-peixe-espigo-julho-de-2021-1024x640.jpghttp://www.emater.ro.gov.br/ematerro/wp-content/uploads/2021/07/20210722-20210721-pesagem-de-peixe-espigo-julho-de-2021-150x150.jpgAssessoria de Comunicação EMATERDestaquesNotíciasUltimas notíciasagricultura familiar,extensão rural,pisciculturaA região do Vale do Rio Machado é o berço da piscicultura Rondoniense, apesar de haver registros da atividade em Porto Velho, ainda na década de 70, na propriedade dos senhor Bento da Mota Braga. Mas a piscicultura só se desenvolveu nos anos 80, com a entrada na atividade...