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Os produtores fazem a colheita com ensiladeiras mecânicas disponibilizadas pelo governo do estado através da Seagri.

Criadores de gado de leite em Rondônia sabem que fevereiro é um período bom para o plantio do milho para silagem, visando uma colheita no final do período chuvoso. “E para quem plantou o BRS Capiaçu no início do período das chuvas é tempo de preparar o corte da capineira, se quiser aproveitar o potencial máximo da forrageira, que pode render até três cortes no ano, alcançando uma produção de mais de 300 toneladas de matéria bruta”, diz o zootecnista Cleverson do Santos, gerente do escritório regional da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) de Vilhena.

De maio em diante começa um período de déficit hídrico em Rondônia, com a consequente paralisação ou redução do crescimento das pastagens, afetando fortemente a criação do gado bovino, em especial a bovinocultura de leite. Para aliviar o problema, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) tem usado os recursos do fundo Proleite para incentivar práticas modernas de manejo de pastagens e de produção de forragens para fornecimento no cocho e tem investido em máquinas e equipamentos, inclusive ensiladeiras mecânicas, para incentivar a recuperação das pastagens degradadas, através da mecanização e uso do calcário para correção da acidez do solo e fertilizantes. Os produtores que aderem ao programa contam com a assistência técnica dos extensionistas rurais Emater-RO.

O objetivo do estado, com esse subsídio, é melhorar a atividade leiteira, e evitar as quedas bruscas na produção. A pecuária de leite é a atividade que concentra a maioria dos pequenos produtores rurais do Estado, e a que mais sofre com a falta de chuvas, durante o verão amazônico, que vai de maio a outubro, período que o gado mais necessita da suplementação alimentar no cocho.

Segundo os técnicos da Emater-RO a silagem de milho, sorgo e, ultimamente, de capiaçu é a forma mais prática e barata de armazenar alimento volumoso de alto teor nutritivo para o rebanho, mas alertam: “não basta plantar as espécies próprias para produção de silagem, é fundamental o cuidado com a cultura”. No caso do milho, quanto mais vigorosa e produtiva for a lavoura, maior será o volume de massa seca e mais nutritiva será a silagem, mas para isso se faz necessário o manejo adequado da cultura com preparo do solo, boa adubação no plantio e coberturas nitrogenadas durante o desenvolvimento das plantas.

Varias espécies de gramíneas são apropriadas para a produção de silagem, mas em Rondônia a preferência dos produtores é pelo milho, principalmente na segunda safra, também chamada de safrinha. Agora tem uma outra opção: o capim BRS capiaçu, desenvolvido pela Embrapa e amplamente difundido no estado pela Emater-RO e outras instituições.

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Silo de superfície, com cobertura de lona plástica e terra para conservação da forragem.

No caso dos produtores que optaram pelo cultivo do BRS capiaçu, os investimentos e tratos culturais são semelhantes aos do milho, mas com a vantagem de que o capim possui um desenvolvimento rápido e oferece um volume de massa muito superior ao do milho, a um custo menor. “No entanto não se pode esquecer que ele exige os mesmos cuidados de adubação e tratos culturais que a cultura do milho”, diz o especialista da Embrapa, engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Moreira.

A decisão de produzir silagem por parte dos produtores de leite leva em conta a pequena margem de lucro na produção de leite, o que obriga os criadores a manter a média de produção sem aumentar muito os custos, mesmo no período seco, quando há escassez de pastagem. Para garantir esse milagre, só armazenando forragem para os animais na forma de silagem para fornecer a nutrição das vacas no período de escassez de pasto. O que ainda é opcional é a espécie a se  cultivar, milho, sorgo, ou BRS Capiaçu e também o tipo de silo, que pode ser trincheira, de superfície ou em bags.

Texto: Enoque Gonçalves de Oliveira
Fotos: Irene Mendes
EMATER-RO
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