Alvorada do Oeste é um município com produção agrícola bastante diversificada, é forte na produção de leite, inhame e café. Mas queremos destacar, o caso bem sucedido de um grupo de sete famílias de agricultores capixabas que com ajuda dos técnicos da Extensão Rural estão mudando o perfil da produção em sua comunidade, através do consorcio de culturas e introdução de clones melhorados de café e outras tecnologias modernas.

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A intercalação de culturas anuais com culturas perenes produz alimentos para subsistência do agricultor e a palha ajuda a proteger o solo.

Os produtores de quem falamos são todos pertencentes a um mesmo tronco familiar por isso carregam o mesmo apelido, eles são conhecidos como da família dos Fiotes, Apelido do patriarca, senhor Jose da Silva Santos, popularmente conhecido como Zé Fiote. Eles chegaram em Rondônia em 1986 e fixaram moradia no município de Urupá, a família Santos trabalhou ali por três anos, até mudar para a linha 11 em Alvorada, para trabalhar como meeiro em lavoura de café.
Trabalhando a meia, conseguiram juntar o dinheiro necessário para comprar seu primeiro lote, uma área de 24 hectares. Os filhos cresceram foram casando, a propriedade foi ficando pequena, mas a família não desagregou, pelo contrario comprou novos lotes, mas manteve o modo de trabalho coletivo. Cada um tem sua lavoura, mas todas as atividades são realizadas em mutirão, principalmente na cultura do café.

O grupo de agricultores começou a receber assistência técnica da Emater-RO em 2015, os técnicos extensionistas iniciaram com a orientação sobre podas e práticas de renovação das lavouras tradicionais que possuíam baixa produtividade, media de 12 sacas por hectare. Diante da pouca rentabilidade das culturas, os técnicos do Emater-RO apresentaram aos produtores a possibilidade de renovação dos cafezais com introdução de clones melhorados e uso de novas tecnologias, e tudo poderia ser facilitado com o uso do crédito rural.

A principio os agricultores ficaram indecisos e receosos, então o patriarca Zé Fiote reuniu os seis filhos todos casados e independentes, mas vivendo numa comunidade familiar muito unida, para discutir sobre as vantagens e riscos de tomar financiamento bancário para melhorar as lavouras. Com o investimento poderiam produzir quatro vezes ou mais do que estavam conseguindo, e decidiram chamar o técnico da Emater-RO para fazer com eles o planejamento das novas lavouras.

No ano de 2016 a equipe técnica da Emater-RO foi a propriedade para realizar medições e coletar amostras de solo. Com os resultados das análises em mãos foi calculado o numero de plantas a ser postas por hectare, quantidade de insumos necessários para correção e adubação do solo, e elaborado um projeto técnico para apresentação ao banco. Este projeto contemplava entre outras coisas compra de sistema de irrigação por gotejo equipado para fazer fertirrigação, construção de reservatório de água e subestação elétrica de 25KVA, e implantação de cinco hectares de café clonal.

A partir de 2017 o grupo de produtores que só recebia assistência técnica de modo coletivo, passou a receber visitas individualizadas, para melhor o acompanhamento do projeto, as famílias foram beneficiadas pelo programa de distribuição de mudas de café clonal, do Governo Estado. E no primeiro ano da lavoura foram orientados a plantar nas entrelinhas do café as culturas do arroz, e posteriormente do feijão, que além de fornecer a subsistência alimentar das famílias deixa a palhada como cobertura morta sobre o solo, melhorando a absorção de água e a nutrição das plantas.

O modo coletivo de produção ajuda a baixar o custo e promove a integração entre os produtores.
O modo coletivo de produção ajuda a baixar o custo e promove a integração entre os produtores.

Com o auxilio da assistência técnica presta pela Emater-RO os agricultores já conseguiram todas as licenças necessárias, emitidas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sedam), e a outorga da água para irrigação, disse o técnico Ronivon Pomarolli de Leles, responsável pela assistência técnica ao grupo.

A produtividade das lavouras de café até 2015, antes da assistência técnica era de apenas 12 sacas por hectare, em 2018 já alcançou 40 sacas, e a produtividade esperada para 2019 é de 80 sacas por hectare. O volume total de produção em 10ha no ano de 2018, foi de 320 sacas de café limpo e a produção total esperada para 2019 é de 800 sacas de café. Este grupo familiar de agricultores, além de trabalhar em regime de mutirão, eles também fazem suas compras de modo solidário, e da mesma forma a venda da produção. São referencia para os produtores assistidos através do projeto piloto de assistência técnica e extensão rural, promovido em parceria com a Agencia Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).

Texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Emater-RO/ Alvorada do Oeste.
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