O encontro realizado na última semana, em Ouro Preto do Oeste, entre extensionistas da Emater-RO, agrônomos e técnicos da Idaron, Seagri e Sebrae trouxe grandes perspectivas para a cafeicultura de Rondônia. Com o objetivo de complementar o trabalho que já vem sendo feito pelo estado, o Treinamento Avançado do Currículo de Sustentabilidade do Café levantou questões sobre a tendência mundial para a produção da cultura e trouxe experiências inovadoras para quem quer produzir um café de altíssima qualidade.

A ideia é alinhar o café do Rondônia no contexto mundial atual.
A ideia é alinhar o café do Rondônia no contexto mundial atual.

Apesar de o incentivo à produção de café sustentável ser um trabalho recente, cerca de dois anos, Rondônia teve um grande avanço. “Muitos produtores estão aderindo à técnica rapidamente”, comenta Janderson Dalazen, engenheiro agrônomo responsável pelo desenvolvimento do café na Emater-RO.

A proposta chegou a Rondônia em meados de 2015, quando foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre a Emater-RO e o Programa Café Sustentável. Nesse mesmo período deu-se início à capacitação técnica para extensionistas que se tornariam os multiplicadores da ação. Ao longo do período 150 técnicos foram treinados para trabalhar com a sustentabilidade.

O Treinamento foi realizado no Centro de Treinamento da Emater-RO e contou com palestras do consultor Eduardo Sampaio. Engenheiro agrônomo residente no estado de São Paulo, Sampaio é também produtor de café e tem mais de 30 anos de experiência na área. Durante a palestra o consultor trouxe na sua bagagem a tendência mundial para a produção de café com qualidade.

Foi dada ênfase também, nas práticas agronômicas de produção que poderão ser adotadas no estado visando à melhoria da atividade cafeeira, além de dicas e alternativas para tornar a produção mais eficiente, sempre dentro dos princípios da sustentabilidade. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar uma propriedade em Alvorada do Oeste, assistida pela Emater-RO e o campo experimental da Embrapa, em Ouro Preto do Oeste, onde vem realizando pesquisas com a cultura do café.

SUSTENTABILIDADE

Rondônia já é o segundo maior produtor de café conilon do Brasil e o primeiro em café robusta.
Rondônia já é o segundo maior produtor de café conilon do Brasil e o primeiro em café robusta.

Segundo o consultor Sampaio, o mundo demanda muita sustentabilidade, mas não é somente no café, em si. “É rastreabilidade, como produzir, como usar técnicas e deixar um solo mais produtivo, então são 18 pontos do currículo da plataforma global que a gente reavalou aqui, trabalhando os indicadores e, ao fazer a extensão rural, teremos a certeza de estar deixando um legado positivo, em termos de natureza social e economia, sobretudo”.

O Treinamento Avançado do Currículo de Sustentabilidade do Café está sendo realizado no país, nas principais regiões produtoras de café. O mesmo já treinamento já foi realizado em Minas Gerais e Espírito Santo e agora Rondônia foi contemplada. A idéia é alinhar o café do Rondônia no contexto mundial atual. “O que é uma demanda de supermercados, dos grandes “traders”, como o café deve ser originado, esse foi o foco principal alicerçado nas práticas agrícolas que trabalhamos no dia-a-dia”, explica Sampaio, lembrando que o treinamento visou atualizar os técnicos sobre as questões da demanda, mas ,”sobretudo visou validar essa demanda em cima da pesquisa, do bom trabalho que os extensionistas fazem em termos de manejo de solo, das práticas culturais, da interação com a natureza, e, principalmente temas ligados ao uso da água”.

PROGRAMA CAFÉ SUSTENTÁVEL

Foram treinados 150 técnicos para trabalharem com a sustentabilidade.
Foram treinados 150 técnicos para trabalharem com a sustentabilidade.

O Programa Café Sustentável é uma iniciativa mundial que veio com o objetivo de aumentar o uso de práticas sustentáveis na produção e melhorar o nível de vida dos cafeicultores. Em Rondônia essa ação é coordenada pela Emater-RO, com apoio do governo estadual por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

Segundo o extensionista da Emater-RO, Janderson Dalazen, vários países já fomentaram o Programa Café Sustentável através da parceria público-privada (PPP). Essas parcerias contam com as principais indústrias ligadas à compra e certificação de café. No Brasil, essa iniciativa chegou em 2012, coordenada pela empresa P&A Marketing que reuniu as instituições de serviços de extensão rural dos principais estados produtores de café brasileiro: Emater-MG, Incaper (ES), Cati (SP), Emater-PR e Emater-RO.

Desse grupo de trabalho surgiu um documento norteador das ações com vistas à melhoria da sustentabilidade da cafeicultura tendo por base o tripé social, ambiental e econômico. Chamado de Currículo da Sustentabilidade do Café (CSC), o documento trata dos temas centrais e fundamentais para a atuação em sustentabilidade, tanto do produtor como do técnico/extensionista, tornando-se uma referência comum para aplicação nas propriedades do café.

CAFÉ DE RONDÔNIA
A expectativa para aumento da produtividade do café rondoniense em 2017 é grande. Segundo perspectivas da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab) haverá um aumento da produtividade por hectare, das atuais 19 sacas da Safra 2016 para mais de 20 sacas.

Rondônia já é o segundo maior produtor de café conilon do Brasil e o primeiro em café robusta, em se afirmando o aumento da produtividade em 2017, a expectativa cresce ainda mais e esse é um ponto muito positivo.

Com o treinamento em sustentabilidade o café de Rondônia ganha mais força, ainda. O envolvimento da Plataforma Global do Café participando ativamente das ações da cafeicultura no estado é muito importante, pois além de atualizar o corpo técnico sobre as tendências mundiais, poderá abrir o mercado de Rondônia para alcançar outros patamares.

Wania Ressutti
Jornalista – SRTE/DRT/RO-959
EMATER-RO
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